Genival Lacerda // 80 anos de munganga
Show hoje na Capital homenageia o paraibano que lançou 23 CDs e 49 LPs em sua carreira
Wagner Lima // wagnerlima.pb@dabr.com.br
Para cantar forró é preciso ter "tutano", como se diz em qualquer bate coxa pelas cidades do Nordeste e isso o cantor e compositor paraibano Genival Lacerda mostra aos 80 anos completados hoje que tem de sobra. Com o jeito simples, roupas floridas, chapéu e o famoso gingado com a mão na barriga, o campinense, nascido em 5 de abril de 1931, consolidou nacionalmente um estilo único regado a duplo sentido e humor, sendo um dos grandes nomes da cultura nordestina. A celebração ocorre, hoje, a partir das 18h30, no Teatro de Arena do Espaço Cultural, na Capital, com a exibição de um documentário, uma peça e um show coletivo.
Nem mesmo durante o próprio aniversário Genival Lacerda larga a música. Entre amigos convidados ele deve apresentar no show de hoje duas interpretações, "São João do Carneirinho" e "Baião da Garoa", ambas de Luiz Gonzaga, ao dividir o palco com Antônio Barros e Cecéu, Beto Brito, Escurinho, Pinto do Acordeon, Orquestra de Violões, dentro outros. "Paramim é uma alegria grande ser lembrado pela Paraíba e principalmente por João Pessoa, cidade que respeita muito meu trabalho", confessou.
Regravado por várias gerações como a banda Camisa de Vênus, Zeca Pagodinho, Ivete Sangalo e mais recentemente Nando Reis, Genival Lacerda é só sorrisos, desde quando estourou em todo o Brasil, em 1975, com "Severina Xique Xique", durante o programa Silvio Santos, onde pela primeira vez deu os primeiros passos com a mão na barriga e garantiu, em seguida, o título de "rei da munganga". De lá para cá tentaram associá-lo a música pornochanchada, mas não funcionou. "O que se faz hoje com o forró é apelativo. Eu fiz duplo sentido. Eles hoje cantam putaria. Nunca cantei um palavrão em minhas músicas porque respeito o público", retrucou
Até o final do ano, Genival que acumula mais de 23 CDs, 49 LPs e dezenas de compactos simples e duplos, deve lançar um novo disco com 18 canções de Luiz Gonzaga, uma das suas principais influências ao lado de Jackson do Pandeiro, Luiz Vanderlei e Luiz Vieira. Aos 80 anos, Genival tem dois sonhos: ver o filho, o cantor e compositor João Lacerda, com o trabalho consolidado no forró; e continuar cantando. Quem ainda nunca ouviu 'Mate o Véio', 'Galeguim do Zoio Azul', 'De quem é esse jegue?, 'Radinho de Pilha', 'O Chevette da Menina', 'Caldinho de mocotó' talvez saiba até muito, mas não sobre a cultura popular do Nordeste e um dos seus maiores ícones.
Fonte: O Norte - Edição de terça-feira, 5 de abril de 2011
Representante do forró escrachado, suas letras de duplo sentido levaram sua música a ser conhecida como "pornoxote" ou "pornoxaxado", apesar de suas composições, na maioria, situarem-se entre o coco e o rojão, gêneros básicos de sua maior influência, Jackson do Pandeiro.
Paraibano de Campina Grande, foi para Pernambuco na década de 50. Em 1955 gravou seu primeiro disco de 78 rotações, obtendo sucesso com a faixa "Coco de 56".
Em 1964, incentivado pelo concunhado Jackson do Pandeiro, foi para o Rio de Janeiro, onde trabalhou em casas de forró e chegou a gravar um LP.
O sucesso só chegou mesmo em 1975, com a música "Severina Xique-Xique", cujo verso "ele tá de olho é na butique dela" se tornou o mais popular do compositor.
Depois disso, conhecido nacionalmente, se apresenta regularmente em várias cidades brasileiras, fazendo humor, dançando e cantando.
Em 1997 lançou seu 61º disco.
Fonte: cliquemusic
Genival Lacerda
Genival Lacerda (Campina Grande, 1931) é um cantor e compositor brasileiro de forró.
Seus principais sucessos foram Severina Xique Xique, De quem é esse jegue? e Radinho de Pilha. Sua carreira começou na Região Nordeste e ao longo dela gravou 70 discos. Morando em Campina Grande, PB, ainda cumpre sua agenda de shows e recentemente fez uma participação no filme "Foliar Brasil", sem data para estrear nos cinemas.
Filmografia
O Beijo (1990).... cantor de forró
Made in Brazil (1985)
Vamos Cantar Disco Baby (1979)
Fonte: Wikipédia
Genival Lacerda
Em 1956 lançou pela Mocambo o seu primeiro disco interpretando o "Coco de 56" de sua autoria e João Vicente e o xaxado "Dance o xaxado" de sua autoria e Manoel Avelino. Em 1957, gravou de Antonio Barros o rojão "Dança do bombo" e o coco "Balança o coco". Em 1961 gravou de Rosil Cavalcânti a moda de roda "Noé, Noé" e o "Coco de roda". Em 1962 gravou a moda de roda "Vasante da maré" de sua autoria e Antônio Clemente e o "Coco de cajarana" de sua autoria e Jacinto Silva. No mesmo ano adaptou com Antônio Clemente o coco "Mariá" de motivo popular e compôs com Rosil Cavalcânti o coco "O delegado deu ordem". Em 1963 gravou de sua autoria e Antônio Clemente o coco "Cajueiro abalou" e o arrasta-pé "Tomaram o meu amor".
Em 1975 gravou com enorme sucesso "Severina xique-xique", que fez parte do LP "Aqui tem catimberê". Graças a essa composição de sua autoria e João Gonçalves vendeu cerca de 800 mil cópias. Em 1976 lançou pela Copacabana o LP "Vamos Mariquinha", interpretando, entre outras, "É aí que você se engana" de sua autoria e João Gonçalves, "Forró da gente" de Onildo Almeida, "Sanfoneiro alagoano" de Brito Lucena, "Eu preciso namorar" de Gordurinha e "A mulher da cocada" de sua autoria e João Gonçalves. No mesmo ano, gravou pela Polyfar outro LP com seu nome como título, onde registrou, entre outras, "Esse coco é bom" de sua autoria e Genival Santos, "Ninguém vive sem amar" de Juarez Santiago, "Quero me casar" de Gordurinha e "Chegue mais pra cá", em parceria com Francisco Azulão. Em 1977 lançou o LP "O homem que tinha três pontinhos", no qual interpretou de Cecéu e Graça Góis "Gente quase boa", "Mamã" e "Segure a cabra" e de sua autoria e Luiz Santa Fé "O homem que tinha três pontinhos" e "Sacolejando". Em 1985 lançou pela RCA o LP "Caldinho de mocotó".
Em 1987 gravou com grande sucesso o LP "A fubica dela", pela RCA com arranjos e regência de Sivuca e com a participação dos músicos Sivuca e Dominguinhos no acordeom e Coronel, integrante do Trio Nordestino na zabumba. Desse disco destacaram-se as composições "É nóis aqui forrumbando" dele e Accioly Neto, "A cobra de camelô" com João Gonçalves, "Fio dental" dele e Jorge de Altinho e "Seu amor é mesmo um doce", em parceria com Cecílio Nena. (...)
Fonte: dicionariompb
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