A cajuína cristalina em Teresina
A cajuína é uma bebida, sem álcool, clarificada e esterilizada, preparada a partir do suco de caju. Apresenta uma cor amarelo-âmbar resultante da caramelização dos açúcares naturais do suco. Preparada de maneira artesanal, é uma bebida típica do Nordeste do Brasil, especificamente no Piauí. A Cajuína é símbolo da cultura popular do Estado.
Pesquisadores como a doutora piauiense Ana Amélia afirmam que o suco de caju e a cajuína oferecem proteção contra a mutagênese induzida por agentes oxidantes e formadores de alterações ao DNA. A bebida não contém aditivos químicos artificiais em sua composição e produção.
A composição química da cajuína revela que em 200 ml há 62 kcal. A produção da cajuína é feita através dos seguintes processos:
* Extração do suco do caju
* Filtração
* Adição de gelatina (para a retirada do tanino, a substância que dá a sensação de "travamento" na garganta)
* Separação dos taninos
* Clarificação.
É do caju que se faz a cajuína
Caju, a matéria-prima da produção da cajuína. O nome caju vem do tupi acaiu que significa "noz que se produz". A cajuína é feita a partir da "água do caju", ou numa linguagem mais técnica, do suco de caju clarificado. Do caju aproveita-se praticamente tudo: a amêndoa consome-se ao natural ou torrada; o pedúnculo tem uma polpa da qual se produzem doces, sucos, licores, sorvetes e vinhos, além da "carne do caju", que quando retirada a acidez, é matéria-prima para muitos pratos da culinária regional.
A disseminação do caju foi feita pelas correntes indígenas migratórias que percorriam o nordeste brasileiro, popularizando o consumo da fruta como alimento e como propriedade medicinal.
Quando a castanha garantiu alto valor mercadológico, em especial nas exportações, as políticas agroindustriais no Brasil incluíram o caju como produto importante, surgindo as grandes plantações.
Cajuína, o que há no suco do caju
O fruto do caju é a castanha. Sua parte suculenta, o pedúnculo, é que dá suco. A composição química do suco do caju apresenta variações de acordo com o seu tipo, clone e região produtora. O suco do caju é a matéria prima para a produção da cajuína, já que nenhum outro item entra em sua composição natural. Aqui são apresentados dados médios do pedúnculo não havendo, portanto, diferenciação entre os tipos de caju amarelo e vermelho.
Composição química do suco do pedúnculo do caju.
Umidade (%) 86
Brix 11(sólidos totais solúveis)
pH 4,2
Açúcares redutores (%) 7,9
Açúcares totais (%) 8,4
Acidez total (%) 0,36
Ácido ascórbico (mg/100g) 18,5
Taninos (%) 0,35
Cálcio (mg/100g) 14,5
Fósforo (mg/100g) 33
Ferro (mg/100g) 0,36
Fonte: EMBRAPA
Cajuína, como fabricar
Fabricar cajuína é simples e sem aditivos químicos Uma fórmula simples e direta de fabricar cajuína. Basta seguir o roteiro que o suco de caju clarificado torna-se a bebida mais natural do caju.
Ingredientes: 5 kg de caju, gelatina em pó branca (sem sabor).
Preparo
Dissolva 10 g de gelatina em 100 ml de água fervente.
Lave os cajus com água corrente e extraia o suco.
Coe em peneira grossa para retirar as fibras mais grosseiras.
Adicione a solução de gelatina ao suco, aos poucos, e deixe em repouso durante 5 minutos até flocular a polpa (o volume de gelatina é de 10 a 20 ml por litro de suco de caju).
Filtre em panos de algodão ou feltro.
Encha as garrafas e feche.
Cozinhe em banho-maria por 30 minutos, contados após o início da fervura.
Resfrie as garrafas em água corrente, dentro do próprio recipiente do cozimento.
Armazene em lugar fresco e arejado
Piauí tem maior área plantada de caju
Piauí tem a maior área plantada de caju no Brasil O caju se dá bem no Piauí. O Estado tem o maior percentual de área plantada no cultivo da fruta. Segundo dados do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural, Emater, em 2005, o Piauí tinha 190.213 hectares de pés de caju, o que rendeu uma produção para o Estado de 24.497 toneladas de castanha. A partir daí, a produção de cajuína entra em processo de expansão.
No Estado, não existem estatísticas atualizadas, mas de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, este segmento agrícola movimenta cerca de trinta e sete mil empregos diretos no campo e um volume de quase R$ 70 milhões.
"A cajucultura é uma realidade dentro da economia piauiense, mais particularmente, uma vocação econômica, que tem gerado renda e novas oportunidades de trabalho, declara o diretor superintendente do Sebrae no Piauí, Delano Rodrigues Rocha.
Fonte: Sebrae-PI
Piauí quer cajuína como produto típico
Cajuína, produto natural do Piauí Cajuína do Piauí. É dessa forma que a cajuína fabricada no Estado deverá ser conhecida nacionalmente dentro de pouco tempo. Através do Projeto de Cajucultura executado pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, Sebrae no Piauí, está sendo iniciado todo o processo de identificação geográfica, um termo que conceitua a certificação de produtos de uma região.
A identificação geográfica é determinada por aspectos culturais e/ou geográficos, agregando valor ao produto e garantindo a qualidade para o consumidor.
Segundo Ulysses Gonçalves Nunes de Moraes, presidente do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae no Piauí, A cajuína é um produto tipicamente piauiense e precisamos valorizar ainda mais essa bebida e suas características culturais. O processo de identificação geográfica trará reconhecimento, mais qualidade ao produto e mais competitividade para o setor. Temos uma considerável produção de cajuína no Estado, mas precisamos ampliá-la, além de abrir novos mercados para essa bebida saborosa e genuinamente piauiense.
A iniciativa surge através do Arranjo Produtivo da Cajucultura, que envolve quinze micro e pequenas empresas e trinta associados da Cooperativa de Produtores de Cajuína do Estado do Piauí, Cajuespi, localizados nas cidades de Teresina, Picos e Ipiranga do Piauí.
Fonte: Sebrae-PI
Cajuína, patrimônio cultural do Piauí
Cajuína, patrimônio cultural do povo do Piauí. Tornar a cajuína um produto cultural típico do Piauí é um resgate da História. Para o consultor do Sebrae Nacional, Roberto Castelo Branco, o trabalho de identificação geográfica da cajuína exige todo um embasamento histórico do caju e dessa bebida feita a partir do pedúnculo da fruta.
Dentro dessa iniciativa de valorizar a cajuína e de reconhecê-la como um produto típico do Estado, os empreendedores do setor de cajucultura e os associados da Cajuespi fizeram uma solicitação junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Iphan, para que a cajuína seja considerada patrimônio cultural piauiense e, conseqüentemente, patrimônio cultural brasileiro, com o objetivo de preservar sua identidade local, como também estimular o surgimento de políticas destinadas à qualidade do produto.
O trabalho posterior à identificação geográfica envolve a dinamização da comercialização da cajuína dentro e fora do mercado nacional.
A cajuína está para o Piauí assim como o champagne para a França
Tornar a cajuína um produto, uma marca e referência diretamente associada ao Estado do Piauí é uma missão técnica, histórica e científica. Segundo o ex-governador e atual senador pelo do PT do Piauí, Wellington Dias, a cajuína é um patrimônio piauiense. A entidade Cajuespi já desenvolve um trabalho de qualificação e promoção da cajuína piauiense, incluindo o trabalho de Indicação geográfica, a IG da cajuína do Piauí, a qual protege e vincula o produto à região. "A cajuína está para o Piauí assim como o champagne está para a França", defende Ulysses Morais, diretor técnico do Sebrae. A cajuína será comercializada na mostra Piauí Sampa através de vários produtores.
Fonte: Portal 180 graus
Caetano Veloso, autor de Cajuína
Cajuína, de Caetano Veloso, é um poema em homenagem ao poeta piauiense Torquato Neto, seu parceiro do Movimento Tropicália.
Existirmos: a que será que se destina?
Pois quando tu me deste a rosa pequenina
Vi que és um homem lindo e que se acaso a sina
Do menino infeliz não se nos ilumina
Tampouco turva-se a lágrima nordestina
Apenas a matéria vida era tão fina
E éramos olharmo-nos intacta retina
A cajuína cristalina em Teresina
Siga www.onordeste.com pelo Twitter
Nenhum comentário:
Postar um comentário